Foto: Aldrin Pontes - Comunidade do Barranco de São Benedito |
Quase
um ano depois, foi concedido pela Fundação Cultura Palmares, no mês de outubro
deste ano, a certidão de autodefinição
de quilombo urbano. Neste caso, se torna o segundo quilombo em área urbana do
Brasil.
Com
a certidão de autodefinição dos negros como
quilombo urbano, se torna um marco na história do Amazonas,
principalmente para os descendentes em grande maioria da família Fonseca e dos
Beckmann, que colocarão em prática seus projetos socioculturais, em benefício
de todos da Praça 14 de Janeiro e visitantes que queiram conhecer um pouco da
história dos negros, ex-escravos e seus descendentes.
São Benedito
Além
da luta pelo reconhecimento oficial de quilombos, as comunidades negras do
Amazonas tentam manter a tradição cultural da festa de São Benedito, o santo
padroeiro dos comunitários. A imagem de São Benedito era cultuada pelos
escravos em Alcântara, no Maranhão, e em sua homenagem o “tambor da crioula”
era batido, como explica a ex-descendente de escravos e uma das organizadoras
da festa, Jamily Souza da Silva.
“A
Igreja Católica Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro Praça 14, apoia
desde a década de 80, os festejos de São Benedito, isso porque bem antes desse
período, era coordenada por capuchinhos, que não aceitavam a entrada do santo
na igreja, e, logo depois os padres palotinos passaram a assumir a igreja e convidaram Tia Lurdinha para que levasse a
procissão de São Benedito para assistir a missa no domingo da festa, por este
ato de simpatia da direção da igreja, Tia Lurdinha ofertou uma imagem do santo,
que ela ganhou de um influente político, que era devoto de São Benedito, Sr.
José Lindoso, que foi governador do Amazonas de 1979 à 1982”, conta Silva.
O
Decreto n° 4.887, de 20 de Novembro de 2003, dá direitos de autodeclaração,
reconhecimento e titulação de terras para os descendentes de escravos no
Brasil.
Texto:
Joyce Karoline Pontes